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Impressão Final 
 
No BarrancoA avaliação final é que esse veículo não vai passar por obstáculos que exijam ângulos de ataque e saída típicos de jipes, ou que exijam grande altura em relação ao solo das laterais da carroceria. Em compensação, ele vai passar sem tombar de lado, onde praticamente nenhum outro fora-de-estrada vai conseguir. Com um Sportage e seus 63 cv, você vai deixar todo mundo na poeira, a não ser que encontre com um carro de rallye ou com 4x4s que custam mais do que o dobro desse veículo, além de terem uns 150 cv... 

Não é um carro para ser comprado por quem quer fazer trilhas. É muito luxuoso. O perfil do comprador ideal é de quem tem casa, sítio ou fazenda, precisa fazer percursos em terra e não quer se preocupar se estiver chovendo. Quem desejar um carro muito confortável para o dia-a-dia e quiser ter a liberdade de curtir um turismo ecológico terá, no Sportage, um veículo superdimensionado para qualquer estrada de terra. 

Mecânica do Sportage
Examinando o carro com sua lataria fina para um jipe, imagina-se onde está uma tonelada e meia de aço. Para encontrar é preciso se abaixar. O chassi tem perfis paralelos interligados por grossos tubos e uma aparência de indestrutível. O tanque de combustível tem uma boa chapa de proteção. Outra chapa protege a parte debaixo do motor, mas deixa o cárter livre, apesar de ser alto. Num carro com os dois eixos rígidos, a distância cárter/chão é praticamente constante. Com suspensão dianteira independente, ocorrem mergulhos e a distância pode ser muito reduzida, principalmente em freadas fortes. 

A suspensão dianteira é por triângulo duplo, com aparência de superdimensionada. A traseira tem barra Panhard e tirantes, não agindo como um eixo rígido convencional, proporcionando muito conforto e estabilidade. As molas são espirais cilíndricas na frente e em forma de tonel atrás (se encaixam). 

O pára-choque cromado do tipo impulsão não tem uma boa fixação e não se deve acreditar que ele irá suportar o peso do veículo durante um capotamento, o que deveria ser a função desse modelo de acessório. Como afugentador de motoristas, é ótimo. Se for usar faróis auxiliares, ele é o local para a montagem. Mesmo sendo um motorista alto, não conseguia ver o pára-choque e esquecia dele. É preciso acostumar-se a que o carro não termina logo ali, depois do capô. 

MotorDurante os primeiros dias de testes, o cabo do acelerador cismava em travar (acelerado). Sua guarnição de plástico já veio com a ponta danificada e não entrava no tubo metálico do batente de regulagem, impedindo que o cabo fosse todo à frente. Cortamos o plástico, mas não adiantou. Resolvemos alterar a posição do batente regulável, chegando-o cerca de 2 cm para trás e tudo passou a funcionar perfeitamente. O caso é que a regulagem é feita com duas porcas opostas que precisam ser acionadas ao mesmo tempo... As duas, certamente definidas por um projetista visando abaixar custos de produção, eram para chave 12. Com o Sportage veio apenas uma (é claro). Ainda bem que eu tinha outra no meu saco de ferramentas... 

Bom Rápido e Bom Devagar

Uma das características menos entendidas pelos usuários dos veículos 4x4 é o uso do câmbio reduzido. Ouvi a seguinte história sobre um dos primeiros compradores do Sportage: ele telefonou da rua, dizendo que o carro era uma droga, fraco e que precisou da primeira reduzida para subir a rua Almirante Alexandrino, em Santa Teresa, no Rio. Pior de tudo é que o Sportage não tinha velocidade nessa marcha. Um gerente da concessionária foi até lá e subiu a rua, em quarta normal... 

Com a disseminação de veículos a diesel, os usuários precisam entender que têm de apertar mais o acelerador. O funcionamento de uma bomba injetora mecânica é muito diferente de injeções eletrônicas ou carburadores. No Sportage (veja as tabelas de testes), a primeira reduzida vai de 2,7 km/h até 14,6 km/h, com melhor desempenho em torno de 8,9 km/h. Essa especificação excede o exigido para veículos militares que é 4,5 km/h de velocidade mínima. Com a possibilidade de andar em torno dos 3 km/h, na metade da velocidade de um homem a pé, o veículo pode percorrer pisos muito travados, complicados e com pedras, sem maiores problemas. 

Em todas as velocidades (inclusive a mais de 60 km/h), o engate e desengate da tração 4x4 é rápido, suave e imperceptível. Para engatar a reduzida, PARE o Sportage! As rodas livres são automáticas. Isso quer dizer que o veículo precisa andar alguns segundos, para efetivar o engate e o desengate. Se o carro atolar em 4x2 e aí você quiser engatar a 4x4, nada acontecerá, a menos que as rodas dianteiras dêem uma patinada. 

O desenho do Sportage ficou a cargo da conceituada firma inglesa IAD que criou um agradável design para um sport-utility. O chassi foi projetado em Detroit pela Modern Engeneering, com cinco travessas transversais. As rodas livres automáticas são Warn. Para criar a suspensão, a KIA procurou nada menos que a Lotus Engeneering, na Inglaterra. O motor e transmissão são Peugeot, os mesmos encontrados no jipe Rocsta da Asia Motors, associada à KIA na Coréia. Não é possível compreender porque foi tomada a decisão de equipar o Sportage e o Rocsta com o motor 2.1, quando essas empresas usam o mesmo motor, em cilindradas maiores, 2.7 e 2.8, para suas vans e pequenos caminhões. 

Um Tigre na Trilha

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