Nada tem a ver com um jipe! Por dentro, é um carro de luxo com muito espaço para os passageiros. Os bancos da frente têm amplas regulagens e rapidamente se encontra a melhor posição para dirigir. O banco de trás acomoda 3 pessoas e há cintos de 3 pontos para os 2 passageiros das janelas. Todos os 4 cintos atuam bem no fora-de-estrada e são do tipo que você esquece que está usando. Nas trilhas, é importante que o cinto segure bem o corpo, quando o veículo quica em elevações ou buracos. Nesses casos, o corpo sobe e o cinto tem que agir rápido. Os do Sportage são muito rápidos. De qualquer forma, não há nenhum risco de bater com a cabeça no teto, pois há espaço de sobra. Como todos os cintos eficientes, eles ficam travados, com o carro em inclinações laterais de mais de 10 graus. Para você, isso quer dizer: quando soltar o cinto e sair para tirar uma foto ou ver a inclinação do carro, não vai conseguir recolocá-lo, ao voltar a bordo; será preciso atingir um trecho com menor inclinação.
Entrar e sair do Sportage é fácil para pessoas de qualquer tamanho. As portas são amplas, com grande abertura. Seu acionamento é leve. As portas contam com vidros elétricos e controle local e central, além de trava central e trava mecânica para crianças nas portas de trás. A quinta porta é leve, dando acesso total ao compartimento de bagagem. Ela fica levantada, bem alta, sustentada por dois fortes amortecedores. Sempre foi fechada com uma batida surda. Para abrir essa porta, se faz um certo malabarismo com o suporte do estepe: há um puxador de trava pela esquerda do pneu e a alavanca de liberação, pela direita. É questão de jeito. O suporte é muito robusto, resistente e bem preso à carroceria. Tem uma aparência de superdimensionado. O pneu fica coberto por um prático protetor metálico, com local para a colocação de um cadeado, na parte inferior.
A área para bagagem é adequada para um veículo com essas pequenas dimensões, permitindo malas, bolsas de viagem e isopor com guloseimas. Sob o tapete, há um compartimento com tampa, onde vêm a sacola de ferramentas, o triângulo e o macaco. Este item símio nacional é do tipo sanfona, subdimensionado para o peso do veículo (não há indicação de capacidade, mas é preciso muita força para acionar). É o elemento que destoa da boa qualidade do Sportage. O rabinho do mico é muito curto e não há apoio móvel para que o rabo gire (aquele tubo plástico). Logo, o metal gira direto sobre a mão e machuca mesmo. O compartimento tem suportes para encaixe do macaco tão simples, que por nossa total descoordenação motora, não conseguimos reencaixar... O macaco voltou solto para Limeira. Em nosso teste, enfiamos nesse compartimento mais uma boa sacola de ferramentas, um rolo de silver tape, óleo em spray e uma pá de camping dobrável. Ainda sobrou espaço e a tralha não pulava lá dentro.
Já sabemos que a primeira impressão é muito forte quando se espia um veículo. Sempre que pedimos para alguém ir no banco de trás, a pessoa abria a porta, olhava o espaço e dizia: "Não vou caber aí". Mas todos couberam e se mostraram surpresos, inclusive os militares da Marambaia com coturnos. O assento do banco traseiro é amplo e dá a falsa impressão de não haver espaço para as pernas. Os passageiros de trás sentam num nível mais alto que os da frente, tendo boa visão através do pára-brisas. Existem alças, para se agarrar nas trilhas, com as mãos, no encosto dos bancos da frente e acima das janelas.
O volante é acolchoado e tem altura regulável. As diversas alavancas estão ao alcance das mãos, tanto para motoristas altos como para os baixinhos. Aliás, colocamos um de 1,60 ao volante. Ele teve que trazer o banco todo para frente, para alcançar os pedais, deixando um espaço de limousine para os passageiros do banco traseiro.
O painel é completo e de boa visibilidade, não existindo reflexos. Quando a tração 4x4 é engatada, acende um iconezinho verde no painel, que é a única coisa indicando a nova divisão de potência do veículo. O temporizador do limpador de pára-brisas tem sete velocidades, adequando-se a quase todo tipo de chuvisco. Os pedais ficam bem afastados, permitindo o uso de coturnos ou outras botas. Existe um bom apoio fixo para o pé esquerdo. Um item interessante é a iluminação interna posicionada no teto no centro do carro. Acesa, permite a leitura de planilhas ou mapas, mas não há reflexos nos vidros, espelhos ou painel.