TR4 o Io Daqui Não é exatamente uma novidade, mas poucos chegaram a ver o Pajero TR4, agora um jipe brasileiro, fabricado pela Mitsubishi em Catalão, Goiás. Ele nada mais é que um Io ligeiramente reestilizado, mas vendido como se fosse algo novo. O material oficial de divulgação do TR4 pode ser chamado, no mínimo, de incorreto quando afirma que o veículo possui 20 marchas à frente quando usa câmbio manual ou 16, quando usa câmbio automático, textualmente: “...oferece 20 opções de marcha à frente...”. Essa propaganda dissociada do bom e correto atendimento ao consumidor se deve ao fato das múltiplas possibilidades de uso caixa de transmissão Super Select 4WD-I, manjada por todos que conhecem os veículos da Mitsubishi. É claro que o TR4 tem apenas 5 marchas manuais ou 4 automáticas. O milagre da multiplicação panfletária fica por conta das opções 4x2, 4x4 permanente, 4x4 com diferencial central bloqueado e 4x4 reduzida. Não se via tamanho apetite há muito tempo. E vai ter jornalista por aí escrevendo que o carro tem 20 marchas...
A plataforma Io sempre foi muito boa, com tremenda estabilidade no asfalto e fora dele com relativo espaço interno para 4 passageiros além de 500 litros de área de carga. Para o modelo nacional, foram escolhidos pneus exclusivos Pirelli AT 225/70 R16 em rodas de liga leve. O motor 2.0 a gasolina com 16 válvulas e injeção eletrônica controlada chega aos 131 cv @ 5500 e 18 kgfm @ 4500, levando seus 1.345 kg de 0 a 100 em 12 segundos. A velocidade máxima é de 164 km/h e o consumo médio fica ali pelos 10,7 km/l. A versão com câmbio auto-4 tem ABS e EBD, mas o TR4 ainda usa freios a tambor nas rodas traseiras não permitindo controles mais sofisticados. A suspensão é independente na dianteira, tipo MacPherson e com eixo rígido e 5-links com molas helicoidais na traseira. Para um veículo com aspirações de ser um “jipe urbano” a opção de reduzida é leve demais com uma relação de apenas 1,548:1 o que significa uma primeira reduzida longa de 30:1 no modelo com câmbio manual e de apenas 21,4:1 com câmbio automático. Isso significa que o TR4 auto-4 não será capaz de andar muito devagar em terrenos enroscados. Junte o torque e potência em giros altos e note que será preciso enfiar o pé, mantendo o giro alto para ultrapassar terrenos complicados. Aí, a suspensão precisa falar mais alto e o consumo certamente será maior. O redesenho da grade e outros detalhes permitiu ângulos de entrada e saída com 38 e 41 graus, que colocam o TR4 na categoria de jipe, queiram ou não queiram os puristas. A altura livre do solo, com esses pneus de fábrica ficou em 215 mm, boa para o conjunto. O ângulo de rampa máxima foi fixado pelos advogados, como muitas empresas fazem e é de apenas 35 graus, mas não tenha receio que o conjunto vai aos 45 graus sem maiores dificuldades. Rampas de 35 graus eram batidas por motores de 60 cv sem consideração. Com os modernos conjuntos, como esse, de 131 cv não há com que se preocupar. Pior é se foi a mesma pessoa que definiu as 20 marchas e os 35 graus... O TR4 está no mercado em torno dos R$ 64 mil, preço bem próximo aos atuais R$ 59 mil do Troller, sendo ideal para quem vai pegar mais estradas e menos trilhas.
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