Land Rover, Jeep e Gilete O termo Land-Rover já estava difundido pela África e pelo Oriente, do mesmo modo que jipe designava os 4x4 por aqui. Não é à toa que o nome do veículo Toyota 4x4 lançado em 1956 era Land Cruiser! O marketing em 1958 era: "Quando forem feitos melhores land rovers, a companhia Rover os fará". Da Série II foram vendidas 28 mil unidades no primeiro ano e 34 mil no segundo. Em 1962 apareceu o Land-Rover de 12 assentos. A pretensão era de 3 passageiros no banco da frente, 3 no banco de trás e mais 3 em cada um dos dois bancos laterais na área de carga. Conforto? Para que? Essa "coisa" foi criada para que incidissem impostos menores, na categoria ônibus, o que não ocorria com o de 10 lugares.
Aproveitando alguns aspectos sugeridos no desenvolvimento da linha Range Rover, surgiu o Land-Rover Série III em 1971. As Séries I e II rodavam por aí e nada havia de errado com elas. Mas os tempos mudaram e as arestas de rusticidade do Land-Rover foram aparadas levando em conta a sofisticação do mercado consumidor. Em termos mecânicos a maior inovação foi a adoção de uma nova caixa de câmbio, agora com as quatro marchas sincronizadas (você está lendo certo só em 1971!). A primeira, a ré e a reduzida tiveram suas relações aumentadas (mais curtas ainda) possibilitando maior capacidade de subir inclinações que a das séries anteriores. Também foram adotados eixos traseiros de trabalho pesado nos modelos 109, novos freios - com servo nos motores de 6 cilindros e o dínamo foi substituído por um alternador. O painel foi completamente redesenhado, foi introduzido um novo volante e coluna de direção com tranca, novas alavancas de acionamento e bancos com estofamento decente. Havia até local para instalar um rádio no painel! O veículo de número 1 milhão saiu das linhas de montagem de Solihull em 1976: foi um 88 de 7 lugares que está ao lado do primeiro protótipo na Coleção Leyland de Veículos Históricos. Antes disso, a marca de 250 mil unidades foi atingida em 1959; o meio milhão, em 1966 e 750 mil, em 1971. A década de 70 viu surgir o aumento do interesse por veículos 4x4, ao mesmo tempo em que os governos melhoravam a malha rodoviária mundial. A concorrência estava se acirrando e os usuários podiam se deslocar mais rápido pelo asfalto. Entrando neste cenário, a Rover introduziu o modelo 109 com motor V8 a gasolina, em 1979. Era o mesmo motor dos Range Rovers com potência reduzida e 3.528 cc, num bloco leve de alumínio, desenhado para fornecer um torque muito grande em baixas rotações, aumentando a capacidade de percorrer todos os terrenos e a capacidade de reboque.
A série em produção atual é denominada de Defender, usando tanto os motores Tdi quanto o V8 a gasolina. Nesta série, o estepe passou para a parte externa da porta traseira, mas continua sendo oferecido o tradicional suporte para o capô do motor. O conforto foi o ítem mais modificado e agora nada se pode reclamar sobre os bancos e controles. Foi dada mais uma esticadinha, passando para 90, 110 e 130 que é a cabine dupla, 4 portas com caçamba. Em 1979 foram vendidos 50 mil Land-Rover se 2.300 Range Rovers em forma de kits a serem montados nos países de destino. Os seguintes países possuem instalações montadoras: África do Sul, Angola, Austrália, Espanha, Filipinas, Indonésia, Irã, Quênia, Malásia, Marrocos, Nova Zelândia, Nigéria, Portugal, Sudão, Tanzânia, Tailândia, Trinidad e Tobago, Zaire, Zâmbia e Zimbabwe. A mais importante destas montadoras é a espanhola Metalúrgica Santa Ana S.A. atuando desde 1956. Os veículos são fabricados sob licença e são essencialmente Land-Rovers vendidos com a marca Santana e exportados para 25 países, principalmente na América Central e Norte da África. Praticamente todas as unidades atuais têm motores a diesel e são da Série III A com ênfase para um motor próprio de 2.250 cc com turbo. Se encontrar um Land-Rover com acabamento impecável, assentos confortáveis, estofamento em couro e até bolotas de câmbio em madeira, provavelmente estará diante de um Santana. |
História do Land-Rover
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