F-1000 XLT 4x4 | Conforto&Potência | Nas Trilhas | Resultados |
Cadê a Chave de Roda?
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Sem problema. Segui até um ponto seco. Levantei o banco e tirei o rabo do macaco de seu suporte. A F-1000 nos foi entregue sem o manual do proprietário e sem nenhuma referência sobre os equipamentos de segurança. O macaco hidráulico fica sobre o pára-lama dianteiro esquerdo, no compartimento do motor. Peguei e fui colocar sob o eixo dianteiro. Ahn! Problema: é longe pra burro... É preciso deitar no chão para chegar lá e lembrou, não tem eixo dianteiro!!! Onde colocar o macaco??? Bem coloquei sob a bandeja da roda. O rabo do macaco apesar de longo, é curto para a distância. O modo correto é acionar o macaco pelas laterais da F-1000, na diagonal e não pela frente ou por trás do carro. Os pneus são aqueles 235/75R15 que estão em tudo quanto é pick-up. Só que eles tem apenas 2 lonas e 2 telas metálicas e as laterais são muito finas para real uso off-road. Não acredito que um pick-up com 4,5 ton. chegue muito longe numa trilha com pedras com esses pneus. Eles parecem mais apropriados para chegar até o sítio ou casa de campo de dar um look fora-de-estrada.
Posicionei o macaco e fui pegar a chave de roda para dar o primeiro desaperto nas cinco porcas. Atrás do banco, junto com o rabo do mico? Não. Debaixo dos bancos? Não. No porta luvas? Não. DESESPERO COMPLETO!!! Será que o sujeito que levou o manual levou a chave de roda??? No meio de lugar nenhum, com um estepe cheio e sem a maledeta chave? Acho que levei uns 10 minutos para começar a pensar. Procurei novamente em toda a pick-up e nada. Fui chorar com a cara dentro do motor e, ali estava ela, num suporte escondido na curva interna do pára-lama. Isso é lugar? Para piorar era bem curta. Uma força danada para desapertar e levar roda para cima e roda para baixo. Bem tudo pronto para ir em frente. O suporte do estepe foi projetado para receber um pneu furado. Sabia que nos Fiat com estepe no compartimento do motor, a rosca do parafuso de fixação é curta e não prende pneu furado?
Mais adiante, num estradão de terra, Mangaratiba - Rio Claro, pudemos constar outra coisa: apesar de independente a suspensão dianteira da 4x4 não é páreo para a 4x2. Estávamos andando a uns 70 km/h em 4x2 e fomos alcançados e ultrapassados por uma F-1000 4x2 com muita facilidade. Pisei na lata e fui atrás dando uma distância de uns 30 metros. A diferença de trajetória e velocidade nas curvas era muito grande. Como já estávamos a mais de 100 e a coisa estava meio perigosa, diminuí e a 4x2 continuou em sua tocada sem problemas. Além de uma suspensão bem diferente, ainda tínhamos o centro de gravidade mais alto.
Uma das coisas que a indústria já compreendeu é o posicionamento do filtro de ar nos off-road. Este é ótimo, captando o ar por trás bem alto. Certamente pode-se andar com água até o meio dos faróis sem muitos problemas. O que fica deste teste é uma prova inegável que as faixas de motores off-road de 60 cv, 90 cv, 140 cv e 250 cv não podem ser compradas em igualdade. Existe um grande número de obstáculos onde a potência faz a real diferença. E potência não falta nesta F-1000, nem conforto, o que falta é o espaço para carregar bolsas na cabine. Em diversas outras pick-ups, inclusive uma Toyota 4x2 que já testamos, a opção por apenas dois lugares cria este espaço, mas não é oferecida nem como opcional na linha F-1000. A XLT não é um veículo de trabalho, com seu acabamento luxuoso. Para trabalhar é melhor a básica ou mesmo a XL, principalmente porque só a partir do grupo XL é que há ABS traseiro e diferencial auto-blocante...