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17.10.2003 - Jipemania - José Roitberg
Montana – de Volta a el Camiño


A prateada é a Sport, a vermelha é a Off-Road e a cinza é a básica

Grande lançamento! Mais uma demonstração do design e desenvolvimento completamente nacional de um produto automotivo. Imagine-se na Europa, sabendo que no Brasil há uma pequena picape que pode levar 750 kg de carga, chega a 178 km/h, tem cabine maxcab, lateral alta step-side com visual retrô e ainda por cima usa um motor que funciona a álcool ou gasolina – coisa impensável para o europeu. Não vão entender.

Mas isso é a Montana, brasileirinha, avançada. Começamos por dentro. O motor é o velho 1.8 Família-1 (Monza) flexfuel que equipa simultaneamente os carros da GM e Fiat. Esse é o motor do momento e não há dúvidas quanto a isso. Vibra mais que os outros? Paciência! Pelo menos você não vai reclamar dizendo que o carro é fraco nas subidas, que não ultrapassa ou retoma direito etc.

A cabine não é nem simples, nem estendida. Ela é uma maxcab, vista em muitos carros conceituais nos últimos anos e com poucas empresas com coragem de colocar isso no mercado. Há um espaço um pouco maior que o da cabine simples, suficiente para um bom posicionamento do banco, permitindo maior inclinação para trás e uma pequena área para bagagem dentro da cabine. Quando se parte para cabine estendida, ou se diminui a área de carga ou se aumenta o comprimento do carro ou o entre-eixos: a maxcab é a solução mais adequada para banir as cabines simples das ruas.

O painel é moderno com um conjunto central que engloba os controles do ar-condicionado, rádio e CD, numa só unidade com mostrador no alto, desestimulando o furto dos componentes, solução da década de 1950 e adotada em vários carros nos últimos anos. Isso pode ser um problema para o consumidor, pois não poderá escolher o sistema de som que quiser, tendo que ficar com o de fábrica, normalmente inferior e muito mais caro que os do mercado de acessórios, mas é o preço pela segurança. Para quem curte uma tecnologia mais adequada, das 4 opções de equipamentos de som, duas tocam CDs em MP3 o que dá umas 160 música por disco.

A frente esta alinhada com os outros modelos da família Corsa, mas a traseira possui um novo módulo com lanterna redondas, também no estilo dos carros conceito. A caçamba possui uma grande área de carga e uma suspensão que utiliza o sistema de eixo de torção traseiro da Zafira, por isso conseguiu ser homologada para 750 kg, se bem que o desempenho deve ficar muito comprometido e a calibragem dos pneus traseiros precisará ser altíssima, provavelmente em torno dos 50 psi com carga total.

O grande detalhe de design é o conceito el Camiño junto com step-side modernos. No início, as caçambas das picapes eram step-side, mantendo toda a área dos pára-lamas salientes e fora da caçamba, conseguindo uma area de carga totalmente retangular. Com o tempo, se percebeu que as laterais podiam passar pelos pára-lamas, pois a área retangular continuava lá e havia o ganho de muito espaço. Mas no conceito atual anabolizado, os pára-lamas podem ser ligeiramente step-side sem comprometer espaço interno. O que parecem ser entradas de ar nas laterais são degraus para acessar a caçamba.

El Camiño foi um conceito muito difundido nos EUA durante as décadas de 1960 e 1970 para picapes derivadas de carros sedãs quatro portas. A idéia era essa mesma aí. Uma cabine um pouco mais longa e uma lateral alta na caçamba na mesma plataforma do carro original. Sempre foi um conceito vencedor por lá. Além da vantagem visual a lateral alta permite uma acomodação melhor da carga e para fazer isso, nada como essa solução dos degraus, coisa que as picapes americanas não chegaram a ter.

Mas a Montana off-road é off-road? Não, não é. Precisamos balizar melhor as coisas. Para ser off-road precisa ser 4x4, ter reduzida e ângulos de ataque e saída com um mínimo de 35 graus. Este modelo chamado de off-road segue a trilha das “adventures” perdendo feio em altura livre do solo – 200 mm contra 233 mm da Dobló – certamente apenas pela escolha de pneus de altura convencional. Mas para o usuário normal, a linha Montana é um grande avanço, pois a altura livre em relação à picape Corsa anterior aumentou para ficar quase a mesma da Blazer 4x4, que é de 208 mm.

A picape Corsa 1.6 ia de zero a 100 em 11s e chegava a 167 km/h com consumo na estrada de 16,9 km/l com 92 cv e 13 kgfm A Montana tem 109 cv(a)/107 cv(g) e 18,2 kgfm(a)/17,3 kgfm(g) chegando a 180 km/h(a) e 178 km/h(g), indo de zero a 100 em 10,2s (a) e 10,6s (g). O consumo só com gasolina fica em torno dos 15,3 km/l na estrada e 11,2 na cidade, mas com só com álcool despenca para 7,7 na cidade e 10,7 na estrada oferecendo uma autonomia de apenas 562 km contra 803 usando só gasolina.

O câmbio é o mesmo do Corsa com diferencial mais curto em 4,19:1 contra 3,94:1 do carro. Um dos pontos negativos: brasileiro só tem direito a freios ABS se comprar o pacote opcional prêmium, o mais caro. ABS tinha que ser item de segurança de série obrigatório pelo Contran e não misturado a um pacote de som, pintura e itens de embelezamento. Existem 3 modelos da Montana: Básico, sem direção hidráulica, Sport e Off-Road.

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