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16.03.03 14:30 - Cool Racing Design
MANIFESTAÇÃO REUNIU ATLETAS NO AUTÓDROMO DE JACAREPAGUÁ

Risco de fechamento do Autódromo de Jacarepaguá faz atletas e pilotos protestarem contra decisão do prefeito César Maia

Uma manifestação que aconteceu neste sábado (15/03), em frente ao Portão 1 do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em Jacarepaguá, reuniu cerca de 500 pessoas. Desportistas, fãs e pessoas envolvidas direta e indiretamente com o esporte na cidade do Rio de Janeiro, mostraram união na utilização do circuito que está fechado desde o dia 14 de janeiro, em função de um decreto publicado no Diário Oficial do Município.

Através de cartazes e faixas, os desportistas mostraram seu apoio ao Pan-americano de 2007, ao contrário do que foi dito pelo prefeito César Maia, mas deixaram bem claro que as obras feitas sem um critério técnico poderão inviabilizar a utilização do autódromo para prática do esporte a motor.

Um dos idealizadores do movimento, o piloto Lincoln Mendes, ficou feliz pela adesão do público e espera que Ruy Cezar, o secretário de esportes e lazer do município, reabra o autódromo. “Ele quer conversar conosco, mas já que teoricamente não tem nenhum impedimento para que o mesmo se mantenha fechado, a prefeitura reabre o autódromo e aí sentamos para conversar. Podemos inclusive, ter a reunião num intervalo de um treino”, ironiza Lincoln, que também está preocupado com uma nova carga de investimentos no autódromo.

“Em 1996, na gestão anterior do atual prefeito, foram gastos US$ 30 milhões para a construção de um oval, que só foi usado em quatro ocasiões, numa clara demonstração de desperdício de dinheiro público”, complementa o piloto, que estranhou a ausência de um representante da Federação de Automobilismo do Estado do Rio de Janeiro. “Como parte interessada, também deveriam ter marcado presença”, disse.

Júlio Alfaya, presidente da Federação de Thriatlon do Estado do Rio de Janeiro, foi um dos presentes na manifestação e reiterou o pedido para que o autódromo seja liberado diariamente no período das 5h às 10h, para que seus atletas possam treinar com segurança. “Já tivemos exaustivos contatos para que essa solicitação fosse atendida, mas sempre nos deixaram esperando, sem ao menos uma resposta”, explica Alfaya.

Chefes de equipes e mecânicos também se mostraram preocupados com a possibilidade de ter o autódromo fechado por longos três anos e que pode acabar de vez com toda a infra-estrutura que a cidade já possui para atender o esporte. Gerando cerca de 2.000 empregos diretos e indiretos, várias equipes estão instaladas no Rio de Janeiro e precisam utilizar a pista para treinos de desenvolvimento.


O justo protesto de Suzane Carvalho

Com experiência no automobilismo internacional, a piloto Suzane Carvalho esteve presente na manifestação e lembrou o fato da cidade já estar há anos sem um kartódromo, o que inviabiliza o surgimento de novos talentos e a renovação do esporte na cidade.

“É um absurdo ter que viajar para Volta Redonda, no interior do Estado, ou para Juiz de Fora, em Minas Gerais, para poder treinar. Tenho um kart para treinar e simplesmente tenho que deixá-lo parado por causa da falta de uma pista”, reclama Suzane, lembrando que o kartódromo foi destruído em 1995 para a construção de um circuito oval. Na época, o prefeito César Maia prometera construir uma nova pista que nunca saiu do papel.

texto de Luiz Rodrigues
fotos de Marcelo Moreira

Edição 51 janeiro 2003