Honda Element 2003

Salão de Nova Iorque 2002
Por Joseph Roitberg

Que decepção... Três anos falando e elocubrando sobre o Honda Modelo X e o que vai para o mercado é isto que você está vendo... Além da identidade inequívoca das linhas da dianteira com a série CRV e Pilot, o que mais chama a atenção no Element é que ele é feio! Você que nos acompanha sabe que dificilmente vai ler por aqui adjetivos tipo "feio e bonito", mas dessa vez não deu.

Quando todo o mundo automobilístico, até mesmo a Ford do Brasil com o modelo Ka, entendeu que o visual monocromático é mais agradável, a Honda dos Estados Unidos vem com esse SUVinho que mais parece uma daquelas maquetes antigas de carros, parte em metal parte em barro de modelar, criando uma assimetria desagradável ao olhar, com um monte de linhas retas, como se fossem marcadas com a régua e estilete.

Quando falávamos do X, afirmávamos que seus bancos finos e de remoção lateral, dificilmente chegariam ao mercado e não deu outra: os bancos são bastante convencionais, certamente roubando um pouco de espaço interno. Em compensação, o painel saiu melhor que a encomenda, contendo rádio AM/FM e CD changer para 6 discos com alta potência de saída, além de entradas para player MP3 e videogames.

O público alvo deste "Elemento" é composto por jovens que pratiquem esportes ativos. Só que o marketing esqueceu que este mesmo público é muito apegado ao apelo visual e o Element, deste jeito que está, pode atolar. Mas deve bastar pintar tudo da mesma cor ou com tons ligeiramente diferentes para este carro entrar nos eixos. O público tinha respondido bem ao X, não ao que vai ser vendido.

Mesmo com pequenas dimensões, o Element pode levar quatro adultos e um monte de bagagens e tranqueiras. Se forem só duas pessoas, você tem quase um depósito lá atrás. O material de revestimento interior tem um novo conceito para facilitar a limpeza que merece ser visto com mais calma quando aparecer por aqui.

Um dos destaques, mantidos para produção, são as portas de abertura total sem a coluna B. Segundo a Honda, as portas são bem resistentes e o Element consegue as "Cinco Estrelas" no teste padronizado de colisão lateral. Surpreendentemente, o Element virá com um motor mais potente que o esperado, usando a unidade a gasolina i-VTEC de 4 cilindros com 2.4 litros e 160 cv. Estará disponível em modelos só com tração dianteira ou com tração 4x4 permanente, com câmbios manual-5 ou auto-4.

O Element será um carro americano, fabricado em Ohio, com pretensões de vender 50.000 unidades no primeiro ano a preços que variam de 16 a 21 mil dólares. Ele chega ao mercado, provavelmente com uma pintura mais adequada, apenas em dezembro de 2002.

© jipemania 2002