
BMW Série 7 – Sistema elétrico Fuel Cell
Agência New Motor@ge de Notícias
Por Guto Ostergrenn
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Divulgação: BMW AG - Observem nesta foto que grande parte dos equipamentos que necessitam de energia elétrica para funcionar estão operando: luzes externas, luzes internas, sistema de entretenimento (vídeo) etc... Tudo alimentado por célula de combustível e com o motor desligado. |
A cada dia que passa o número de tranqueiras elétroeletrônicas acoplados aos automóveis vem aumentando. Nunca, tantos dispositivos diferentes foram tão necessários e úteis ao mesmo tempo e nunca o consumo interno de energia elétrica foi tão grande. Telefone celular, computador de bordo, vidros e espelhos, desembaçador (vidro e retrovisores), ar condicionado e aquecedor, teto solar, travas, GPS, sistema de áudio e telemática, bancos com vários ajustes elétricos,... todos equipamentos que demandam energia elétrica, todos importantes e somados agregam valor aos novos automóveis, ditando a possibilidade de venda.
Os sistemas de propulsão por célula de combustível, desde o princípio, nunca fizeram a cabeça da turma da engenharia da BMW. Eles sempre preferiram trabalhar com a possibilidade de substituir a alimentação elétrica convencional (baterias) por um gerador contínuo mais eficiente associado a uma pequena célula acumuladora. Pensando assim, a BMW se preparou para dar a partida nos lançamentos dotados de célula de combustível.
Durante dois anos foram desenvolvidas pesquisas para viabilizar um sistema elétrico que substituísse o tradicional. Em parceria com a Delphi, a BMW concluiu o trabalho de casa e passará a oferecer este ano, no seu top de linha (Série 7), um sistema elétrico gerador por célula de combustível.
O sistema não apresenta grandes diferenças daqueles que nós já exaustivamente apresentamos em vários artigos (NM@ Tecnologia), porém, é inovador já que sua função não será a geração de energia motriz e sim, apenas 5 Kw de energia para alimentação dos sistemas elétricos auxiliares: ar condicionado e aquecimento, desembaçador, escritório móvel etc...
Entre as vantagens deste novo sistema, a geração de energia elétrica será muito menos custosa e independente do funcionamento do motor. Então, imaginem, por exemplo, que o ar condicionado poderá estar funcionando sem que o motor esteja (menor consumo e, principalmente, menos emissões) e, desta forma, tanto o trabalho quanto o namoro ficarão mais agradáveis e serão menos custosos para a sociedade.
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Esta transparência ilustra perfeitamente o posicionamento da célula de combustível no BMW Série 7. |
O sistema funcionará da seguinte maneira: a célula de combustível, alimentada por gasolina (a mesma do tanque de combustível), terá capacidade de reformar o combustível. Por processo evaporativo (a 800 graus centígrados) a gasolina é desmembrada – as moléculas de hidrogênio são separadas e seus elétrons filtrados por uma (PEM) membrana de polímero eletrolítico, gerando de um lado eletricidade e do outro, seu sub-produto, água. O processo é simples, porém, detalhes como a temperatura de operação, a quantidade de ar adicionada a mistura e, acima de tudo, a qualidade da membrana filtrante, definem a eficiência e capacidade deste sistema.
A grande diferença entre este conceito de célula de combustível e os outros, é que nesta versão a membrana filtrante não usa platina (metal precioso) em sua composição, o que reduz drasticamente o custo deste modelo desenvolvido pelos parceiros BMW e Delphi. A redução de custo foi fundamental para que o sistema estivesse sendo disponibilizado no top de linha da BMW (Genebra 2001), que promete o mesmo sistema de geração elétrica, brevemente, para todos os outros modelos.
O fato da BMW partir na frente não significa necessariamente que a empresa esteja no caminho certo, concentrando-se nos sistemas periféricos. Outras empresas, com data de lançamento entre 2004-05, prevêem um futuro lucrativo para a célula de combustível propulsora. Quem está com a razão, nós saberemos dentro de alguns anos.
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