
Explorer Limited V8 – Um SUV citadino com possibilidades off-road
Agência New Motor @ge de Notícias
Por Guto Ostergrenn - volta - ao início do site -back
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Foto: Ford Motor Company - divulgação |
Desde que foi lançado, o Ford Explorer escalou vários degraus na escada da qualidade, tecnologia, conforto e comodidade, estes dois últimos, particularmente, expressivos.
Nos primeiros anos, o Explorer surgia como um “substituto” do utilitário Bronco, que a Ford havia parado de produzir. Com uma fisionomia pouco rebuscada, talvez tímida, o Explorer não era exatamente um concorrente (performance) para o Jeep Cherokee – na época redesenhado e elevado ao nível de SUV – um conceito ainda em fase de instauração.
Contrariando os concorrentes, a Ford, até 1998, não oferecia a possibilidade de motor V8, sustentando o V6 4.0 litros como o motor mais potente. Sob nossa ótica, uma falha, que foi corrigida, com a introdução do Explorer Limited 302. Nossa prazerosa condução e objeto desta avaliação.
De cara uma coisa, nos chamou a atenção. Sabendo que os Explorer usam pneus Firestone/Bridgestone, imediatamente fomos verificar o tipo de sapato que o nosso SUV calçava. Dito e feito, quatro Wilderness AT, porém, 255/70 R 16, medida maior que a dos “sapatos” que apresentaram problemas (Wilderness AT 235/75 R 15 – série DOT. VDLH), e motivaram um racall mundial. Que alívio!
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Foto: Explorer Limited, interior - divulgação |
Após estes breves momentos de preocupação, no caso, infundada, partimos para o teste.
Belo por fora, o Explorer Limited revela suas melhores características quando se está dentro dele, preferencialmente, é claro, atrás do volante. A visibilidade é um show, embora ele não conte com os enormes retrovisores que equipam este tipo de automóvel. O retrovisor interno, possui função anti-reflexiva automática, que impede que as luzes refletidas incomodem o motorista à noite. Quem conhece pode dizer o quanto é mais confortável este tipo de retrovisor.
Ainda internamente, ajustamos o banco, que tem comandos elétricos para quase todas as funções: altura, lombar, inclinação e movimento para frente/trás, menos para reclinar o encosto – este na base da alavanca (os mesmos comandos estão disponíveis para o carona). O volante anda verticalmente para onde você quiser, permitindo que se encontre a posição ideal para guiar, mesmo que sua altura esteja na casa dos 2 metros ou que você pese mais de 150 kg. Um automóvel produzido para gerar conforto, acima de tudo.
O couro da forração, na cor cinza, colabora para uma sensação amplificada de conforto. O Explorer Limited, não é o tipo de SUV que foi desenvolvido para rodar, prioritariamente, em terrenos inóspitos, ao contrário, ele prima pelo conforto no asfalto – afinal, 90% dos SUV, rodam 80% do tempo sobre estradas e ruas asfaltadas. Sendo assim, rodando com o Explorer fica clara a diferença básica existente entre a calibragem de sua suspensão e a de seus concorrentes. O Limited é muito mais confortável.
Ainda sob o aspecto conforto e comportamento dinâmico, a sensação de maciez excessiva acontece, particularmente, quando se está com uma calibragem de pneus, inferior à sugerida pelo fabricante (30 lb. nas quatro rodas). A diferença de comportamento quando a calibragem dos pneus é inferior a esta, é brutal e pode sugerir uma “malemolência” inexistente, comprometendo o desempenho do Limited.
Com o volante em punho, motor aquecido, alavanca seletora no D... partimos para uma avaliação do funcionamento do sistema de AWD (tração integral sob demanda). O sistema é simples: os dois eixos tracionam em tempo integral, mas, o eixo dianteiro recebe apenas 30% do torque disponível. Esta distribuição se altera, na medida em que se identifica maior ou menor deslizamento (perda de aderência em cada eixo).
Então, guiar o Limited, empurrado pelo, sonoro V8 de cinco litros, é extremamente agradável, mesmo nas curvas tomadas com mais agressividade. Porém, uma pequena tendência ao sub-esterço foi detectada nas curvas mais rápidas, particularmente, naquelas onde o calçamento não apresentava bom nivelamento. Mas, quem tem motor não morre pagão, ou, no paredão, se preferirem. A distribuição constante dos 40 kgfm de torque entre os eixos, facilita muito a tocada, embora, é claro, devo ressaltar que guiar um automático e SUV, com esportividade, requer conhecimento de causa (frear com o pé direito; em trechos travados, posicionar o seletor de câmbio na posição 2 e, principalmente, saber dosar a pressão sobre o acelerador).
Enquanto o conjunto de chassi, com suspensão independente na frente e eixo rígido atrás, se esforçava para manter o carro no traçado definido por mim, dentro dele, parecia um outro mundo. O ar condicionado (por zona – frente/trás) criava um clima perfeito para a audição de um CD, do Gil, tocando o Expresso 2222. Aliás, o Limited conta com: rádio AM/FM, CD player e toca-fitas, e as músicas do Gil, sempre irreverentes, criaram um contra ponto muito interessante entre o conforto oferecido pelo SUV, o trecho de estrada em que eu rodava e o espirito de esportividade da situação. Vale ressaltar que o isolamento acústico é muito bom, e os pneus contribuem muito, emitindo rumor mínimo.
Um pequeno gravador, posicionado sobre o pára-sol do motorista evita que você chegue em casa, sem aqueles frios, pães, ou que você se esqueça daquele click fantástico para um artigo, ou...
No Limited que testamos, ainda não está disponível o sistema de entretenimento com vídeo game, porém, já existe a possibilidade das crianças ouvirem suas canções prediletas, sem que isso seja um sacrifício para os seus ouvidos.
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Foto: Explorer Limited - divulgação |
Pontos de força, também estão disponíveis para lap tops ou qualquer outro artefato eletrônico.
O espaço para carga é algo! O óculo traseiro se abre independente da porta para melhor acesso ao compartimento no caso de se estar, por exemplo, num estacionamento de supermercado.
Os faróis podem acender automaticamente, bastando que se movimente uma tecla deslizante sob o retrovisor interno, da dir. para a esq.. Funções básicas podem ser verificadas através do computador de bordo: consumo, autonomia, quantidade de litros no tanque e nível do óleo do motor. Super cômodo!
Vários comandos estão no volante: volume do áudio, intensidade da ventilação, controle de velocidade... porém, contrariando a preocupação com a comodidade, em detrimento dos não fumantes, a Ford posicionou o acendedor de cigarros no centro do painel do lado esquerdo, e, do lado oposto, o comando de acionamento dos faróis de neblina – um total contra-senso.
O consumo é elevado (4,8 – 5,0 km/L, no trânsito). Apesar da gasolina estar mais cara, vale lembrar que quem paga R$101.000 reais por um SUV que esbanja conforto, aloja este detalhe na última linha da sua lista de prioridades.
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